Valeu! Tb acho que as artes marciais realmente podem servir de motivação para intelectualizar a atividade física :-) Tem tb a dança e o teatro, inclusive existe uma lenda que o diretor Antunes Filho (em cujas peças o ator tb é cenário) exigia que iniciantes em seu grupo lessem A arte cavalheiresca do arqueiro zen e conseguia detectar qdo o aprendiz tinha lido o livro, só depois disso ele começava a ensaiar com os veteranos. Tem a historinha do bushido (caminho do guerreiro) que conta que por anos os samurais discutiram qual o sentimento deviam ter na hora que matavam alguém, um dia encontraram a resposta, vendo um marceneiro caminhando sobre ripas de madeira no telhado alto de um templo em construção, ele andando rápido e firme e seu aprendiz seguindo atrás, desequilibrado e cambaleante. O samurai percebeu que o mestre marceneiro não tinha consciência do esforço que fazia e a técnica que possuia, era como o ar que respira. Daí concluíram que o estado ideal na hora de assassinar alguém na luta deveria ser o mesmo :-) Sucesso e boa sorte mais uma vez!!
Concordo plenamente, amigo Tamanaha. Interessante essa questão do arqueiro zen. Esse é um ótimo livro, gosto por demais dele, e realmente tem grandes ensinamentos. Sou um apreciador geral da forma de pensar oriental e tenho muito a aprender com eles, inclusive, me diga, você conhece o Mishima que eu citei ali? É chamado por muitos de "o último samurai", estou ainda iniciando meu conhecimento nele, mas é incrível. E quanto a essa história do marceneiro e dos samurais, perfeito, é isso mesmo! Inspirador. Sempre pensei nisso, de ter tal domínio sobre as coisas a ponto de faze-la sem nem mesmo perceber, no automático.
Eu não li nada do Mishima mas assisti um filme sobre a vida dele e li algumas matérias. Pelo que entendi foi um escritor muito talentoso que resolveu encarnar um resgate do bushido mas foi interpretado como radical nacionalista e militarista, saudosista do imperialismo japonês e sua ideologia de dominação asiática. No começo sua postura e de seus seguidores era encarada como performance artística mas culminou com um suicídio ritualístico samurai que chocou todo mundo. Tem tb um lado da vingança e superação de quem foi doentinho e fracote na infância e que superou tudo isso virando faixa preta em artes marciais, essa mesma mitologia existe no jiu-jitsu brasileiro e seu criador sr. Gracie. Os agarramentos e luta no chão seriam formas dos mais fracos vencerem os mais fortes. O consumo do açaí, hj espalhado pelo mundo, tb replicaria um ritual pós treino da família Gracie, original do Pará. Valeu!