A industria abusiva dos Games

in #pt6 years ago

Quem joga vídeo games já deve estar familiarizado com a sigla DLC (downlodable content), esse recurso é muito utilizado para adicionar conteúdo a um jogo, porem, algumas DLC’s são pagas e dependendo do preço podem ser bem abusivas. EA é uma empresa famosa pelos preços abusivos dos seus jogos, como o do jogo The Sims 3 que atualmente esta custando R$59,98 na plataforma Steam, esse é o preço do jogo sem nenhum conteúdo adicional, com todas as DLC’s disponíveis para o jogo, ele passa a custar R$ 1.089,75 mais do que um salário mínimo no Brasil.


(O jogo The Sims 3 é um dos jogos mais caros da Steam)

As DLC’s adicionam muitas coisas ao jogo, mas nada disso justifica o preço abusivo que você tem que pagar por elas, ainda mais se tratando de um jogo antigo como The Sims 3.

Outro problema do mundo dos games também são as loot box, elas ficaram famosas em jogos multiplayer como o jogo Overwatch. Loot Box são caixas de itens colecionáveis que contem itens aleatórios, isso inclui skins, emotes, novas falas para os personagens e mais... Mas se elas só incluem itens colecionáveis, então, qual é o problema nisso? Acontece que como os itens que são adquiridos pelas Loot Box são aleatórios, muitos jogadores acabam comprando várias delas gastando uma fortuna sem perceberem. As Loot Box já deram tanta dor de cabeça que elas já foram consideradas como jogo de azar em alguns países, esse é o caso da Bélgica que considerou essa prática em alguns games online como abusiva e as distribuidoras ficaram sujeitas a multas e prisões.


(Loot Box são uma das principais fontes de renda para os jogos online)

Hoje as microtransações já são a maior fonte de renda para os jogos online, movimentando cerca de bilhões de dólares por ano. Em alguns casos eu entendo que isso é uma forma de se sustentar no mercado, mas em outros é puro abuso de pessoas gananciosas que enxergaram os games como uma forma de enriquecer rápido.


(Activision faturou US$4 bilhões em 2017 com microtransações)

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Bom vamos lá, já estudei um mínimo de desenvolvimento de games, o suficiente para dar meus pitacos hahahah.

Antes de começar, quero dizer que deixei de consumir jogos por esse motivo que chamo de "venda desleal" e pela alta taxa de impostos que games tem no brasil, com lançamentos dos consoles mais modernos custando cerca de 40% de um salário mínimo por jogo, POR JOGO.

Defendendo o lado das desenvolvedoras, antigamente para fazer um jogo levava apenas um par de pessoas brilhantes trabalhando em um código por algumas horas e pronto, só lançar (algo complexo e limitado pela tecnologia e acesso a informação da época) e pronto. Hoje em dia o negócio é mais complexo, fazer um jogo é uma tarefa extremamente difícil, com gráficos detalhados e realistas, mundo aberto e enorme possibilidades, história envolvente, musica marcante, modo online e tudo mais (neste comentário quando digo jogo me refiro a triple A de grandes publishers, para mim indie nem é jogo, com algumas ressalvas).

O jogo GTA V por exemplo, foi produzido por uma equipe de 7000 desenvolvedores, fora todo o resto de roteirista, marketing, musica, design, animadores, modeladores, etc etc e tal. É muito salário para se pagar, por isso este mercado move tanto dinheiro hoje, por esse e outros motivos foram pensados novas maneiras de monetizar jogos.

Agora a parte de tacar pedra: Até onde sei existem 4 modelos de monetização, tradicional onde se paga pelo jogo, zera ele e era isso, free to play com microtransações, assinatura onde além de comprar o jogo tem que pagar mensalmente para jogar, e as famigeradas DLCs.

Para mim o modelo tradicional é ok, e está cada vez mais raro ver jogos assim, os F2P com microtransações também são OK, desde que sejam itens apenas estéticos como Overwatch, LOL, etc. O problema está em quando o free to play vira pay to win, onde se tem vantagens pagando ou restrição por não pagar. Mensalidade de jogos é o mais difícil de se manter, mas em alguns casos funciona, limita, mas funciona.

E finalmente o modelo de DLC. O que pra mim é um roubo e quase uma atividade desleal, vendendo jogos incompletos e cobrando novamente pelo resto do jogo, tornando o que é caro ainda mais caro. O problema disso é que foi meio que imposto pelas publishers e o pessoal aceitou meio a contra gosto, como está sendo consumido e comprado faz sentido fazerem isso mais e mais. Eu fiz minha parte, parei completamente de consumir jogos.

Desculpe pelo textão, mas já fazia tempo que eu queria discutir esse assunto. :D

Belo texto, grande abraço.

Não tem problema, eu li tudo. E eu acho os preços justificáveis em alguns casos, mas no caso do The Sims 3 já passa dos limites, eu não deixei de comprar jogos, só migrei do console para o PC onde o custo/benefício é melhor.

Certeza que o custo é menor? Tenho minhas dúvidas, não parei para calcular, mas imagino que de no mesmo ou seja até mais caro. No PC você tem que gastar com uma frequência um tanto alta em equipamentos, tipo placa de vídeo e memória, nesse ponto a vida útil do console é maior, ou seja, gasta em jogo mas não gasta em equipamento, e vice versa.

Segui por uma opção mais simples, comprar um portátil e só jogar jogo antigo/emulador hahahah

Sim, o custo no PC é bem menor que em console, em relação ao custo das peças, não é necessário ficar trocando elas com tanta frequência, só se você quiser jogar tudo no máximo. Para você ter ideia, os consoles nem conseguem rodar alguns jogos em 60 fps e só as versões melhorada deles como o PS4 Pro conseguiram.

As vantagens do PC é que da para montar um PC que rode quase tudo no máximo sem gastar muito dinheiro como gastaria com um console, não precisa pagar nada extra para jogar multiplayer e sempre tem várias promoções boas de jogos como as promoções da Steam que chegam a até 90% de desconto, quase de graça xD