O excesso de lamentos angustiados acabou

Então, se você já esteve envolvido em qualquer trabalho antropológico ou etnobiológico, você saberá que os pesquisadores nesses campos são freqüentemente obcecados com a ética e se falarão em círculos, torcendo as mãos, agonizando, adivinhando e profundizando profundamente sobre o que é ético e o que não é. Normalmente, as principais referências são de associações como a American Anthropological Association ou a Society of Ethnobiology, entre outros, bem como artigos de discussão sobre o tema.

Crédito de imagem para Ghanzi.

Aqui está uma história interessante (pelo Smithsonian) que tem feito as rodadas este ano sobre o povo San (muitas vezes conhecido como "bushmen") da África do Sul. Seguindo os passos de grupos indígenas como as Primeiras Nações no Canadá e os aborígenes na Austrália, eles lançaram seu próprio código de ética para pesquisadores.

Visão geral rápida do Código Ético

A ética pede aos pesquisadores que:
• apresentar propostas para os seus estudos para os conselhos de San para aprovação
• respeite a privacidade de San
• não tirar ou publicar fotos de indivíduos sem o seu consentimento
• não subornar indivíduos para participar de seus estudos
• se comunicar honestamente com o San e não deturpar o propósito de seu trabalho
• permitir que a San reveja a pesquisa antes da publicação

Ele também elabora sobre como os benefícios podem ser compartilhados com a comunidade além do simples pagamento de dinheiro, incluindo oportunidades de co-pesquisa, treinamento de habilidades, emprego de tradutores e assistentes de pesquisa.
O tom inteiro do código é de boas vindas, expressando compromisso empenhado com futuras pesquisas, mas simplesmente convidando isso a ser respeitoso. Eu adoro como na última página diz:
"Andries Steenkamp, o respeitado líder da San, que contribuiu para este Código de Ética até ele ter morrido em 2016, pediu aos pesquisadores que passassem pela porta e não pela janela. A porta representa os processos de San. Quando os pesquisadores respeitam a porta, o San pode ter uma pesquisa positiva para nós ".

Que bom!

É ótima ver um empenho de baixo nível entre os grupos indígenas na África, e é outro passo para contrarrestar o legado colonial inerente à cultura de pesquisa. E, esperançosamente, os pesquisadores suspirarão um alívio ao ter aliviado um pouco o peso do julgamento ético, e eles terão que fazer menos angustiantes.

Controvérsia de uma voz de San

O artigo Smithsonian destaca a controvertida questão do San que deseja rever a pesquisa antes da publicação. Como pesquisador eu mesmo que viajou para realizar pesquisa entre grupos indígenas como um aluno de mestrado, percebo que isso pode ter alguns efeitos práticos. A menos que um pesquisador tenha bons parceiros acadêmicos / ONGs no país que possam realizar este processo de revisão em seu nome, isso significa que eles terão que viajar uma segunda vez para apresentar o trabalho antes de publicar. Eu me pergunto se isso restringirá alguns pesquisadores de carreira mais jovens que simplesmente não podem ter fundos para dois vôos internacionais de retorno? Você pode dizer que eles não podem ficar lá para escrever e depois apresentar, mas a realidade é que isso não é praticável para a maioria dos primeiros pesquisadores. Isso poderia atuar como uma restrição na pesquisa que está sendo conduzida, muitos dos quais podem ser muito benéficos para as próprias tribos (embora existam debates muito interessantes sobre a necessidade e o valor desse trabalho, na sequência da recente necessidade de resgatar o explorador Benedict Allen em Papua Nova Guiné). Pessoalmente, acho melhor cumprir o código proposto, mas é uma consideração interessante.

No entanto, acho que a verdadeira controvérsia deste aspecto do novo código está no culto da sagrada imparcialidade da ciência e o medo de que os resultados sejam tendenciosos devido à influência do San na etapa de revisão para se fazer aparecer em a melhor luz possível, com a possível censura de certos resultados. No entanto, qualquer pesquisador deve realmente estar ciente de que seus resultados nunca serão imparciais de qualquer maneira! Se eles o reconhecem ou não, eles já estão imbuindo seu trabalho com suas próprias perspectivas e valores culturais. A mera escolha dos métodos utilizados já condenou o trabalho a um certo nível de viés. E através deste processo é claramente o pesquisador que detém o poder de decidir (seja conscientemente ou não) onde esse viés reside. Por isso, o código está simplesmente buscando corrigir esse desequilíbrio de poder até certo ponto.

Provavelmente vou me arrepender de não ter passado mais tempo pensando em alguns dos meus pontos nesta publicação, uma vez que a ética na pesquisa é uma área muito delicada. Deixe-se dizer que ficarei feliz por qualquer outra perspectiva a ser compartilhada!

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