Viver não é ficar cumprindo metas... Não faça de si mesmo um sonho a ser alcançado.

Descubra quem você já é. Você já é completo como é. Então Viva.
Experimentar a vida com todo o seu ser já é um grande passo em relação
À sua evolução pessoal. Nada mais é preciso ser feito.
Qualquer passo em outra direção te afasta de você mesmo e do momento presente.
A vida não é um sonho a realizar...
não é um conjunto de metas a serem cumpridas.
A vida é rendição, é entrega...
É seguir com a correnteza e conhecer os seus percursos sinuosos.
Quando a vida nos parece cansativa, é porque estamos nadando contra a correnteza.
Nadamos contra a correnteza quando fazemos de nós mesmos um sonho a realizar...
Quando preenchemos a vida com metas a serem alcançadas,
quando negamos a sua imprevisibilidade da vida
e tentamos encaixá-la dentro dos nossos padrões.

Cumprir metas não é viver, pois a vida definitivamente
não é um trabalho a ser realizado...
Muitas vezes essas metas são para alcançar sonhos que nem sequer
nasceram de nossos corações,
sonhos que foram, na verdade, criados pelo senso comum
e incorporados inconscientemente por nós.

Tem um trecho de uma crônica de Rubem Alves que diz mais ou menos assim:
Essa música que você está dançando é de sua autoria,
ou é um outro que toca e você dança. Quem é esse outro?
Somos o intervalo entre nossos sonhos
e o que os sonhos dos outros dos outros fizeram de nós.
Mas se você é isso, um intervalo, é porque já morreu."

Deixamos que o senso comum nos diga, em primeira lugar,
que precisamos nos sentir felizes... EM segundo lugar,
como alcançar a felicidade.
Mas a felicidade não é uma fórmula matemática...
Acreditar que precisamos dela e que precisamos fazer algo para alcançá-la
é estar cego para o fato de que ela pode estar presente, por estar presente
nesse exato momento, pois é um estado do seu ser
(e não um resultado das circunstancias externas da sua vida).
Experimente permitir-se ser feliz agora... como as coisas são nesse exato momento.
Se você soubesse que a morte estaria por perto, você continuaria levando a vida que está levando?
E o que é que está esperando pra começar a viver?
Entregue-se à vida enquanto está vivo. E pare de tentar premeditar tudo...
Pare de tentar calcular o incalculável.
A mágica da vida está nas coisas imprevisíveis...
Deixe essa necessidade de controlar tudo... Deixe que a sua vida te guie e vai ver
que não ha liberdade maior do que se render a ela.
Por muito tempo você foi prisioneiro de si mesmo...
Do medo, da vaidade, da necessidade de ser alguém para o mundo.
Se você foi o seu próprio carcereiro durante tanto tempo...
Você tem as chaves das grades que lhe cercam. Experimente abrir
e ver a beleza da vida lá fora. A beleza do que é imprevisível.
Você pode voltar para a sua prisão... mas te garanto, você jamais será o mesmo.

É preciso coragem pra assumir pra si mesmo que, na verdade,
não sabemos pra onde estamos caminhando... ninguém sabe!
E nem é preciso saber, só é preciso caminhar... sem rotas marcadas,
conhecendo os caminhos à medida que caminhamos.
Enquanto vivemos dentro das expectativas de nossas mentes,
tudo ao redor é nebuloso e cinza.
A vida parece que se passa em preto e branco.
Não sentimos que o nosso coração pulsa junto com ela.
Mesmo que os sonhos que outrora tenhamos criado dentro de nossas mentes se realizem,
a alegria costuma durar pouco - pois rapidamente voltamos a criar novas ilusões para nos apegarmos.
Já quando tratamos de compreender os caminhos pelos quais a vida nos conduz e quando prontamente os abraçamos, as nossas vivências ganham novas cores...

É preciso coragem pra abraçar a vida como ela é e seguir o seu fluxo.
É preciso coragem para entender que estar pronto para experimentar a vida,
com todo o seu ser, é estar pronto também para se render a ela.
Não sei... mas todos os momentos felizes que experimentei nessa vida
foram momentos de entrega total.
Procuramos a felicidade em coisas inalcançáveis e complexas da vida,
ora olhando para o passado, ora olhando para um futuro que só existe dentro das nossas mentes.
Mas no momento presente parece que é ela, a própria felicidade, que segue procurando por nós.
E é na imprevisibilidade das coisas mais simples que ela mesma se revela.

Ela sabe o nosso endereço e frequentemente vem bater em nossas portas.
Nós é que nunca estamos em casa, nunca estamos PRESENTES para recebê-la.