RE: A Infraestrutura Urbana como Agente Econômico
Mais uma excelente discussão, trazida a tona com a qualidade e clareza de escrita. Parabéns pelo post! Me lembro de ler no final da graduação sobre o pacto federativo. Algo que custei muito a entender, e passei dias em cima justamente porque precisava apresentar um texto em Brasil Republicano II. Me recordo que nas discussões em sala, que muito dialoga com seu post, alguns aspectos que levantas se aproximam e outros se afastam.
Uma atualização do pacto federativo, muito provavelmente poderia ser algo excelente ao país. Contudo, há muitas diretrizes que constam, tanto no pacto federativo, quanto em nossa constituição, que simplesmente não são respeitadas... Temos no Brasil hoje, em nossas universidades públicas, produzindo pesquisas reconhecidas pelo mundo a fora, muito mais do que em nosso país. E por vezes com conhecimento e profissionais sendo colocados em prática lá fora, enquanto poderiam (e deveriam) estar sendo colocados aqui. Não culpo nem os profissionais que decidem procurar emprego fora, depois de formarem-se com dinheiro proveniente da arrecadação pública. Entretanto é necessário observar onde a coisa realmente está funcionando (mesmo com muito menos recursos que em universidades europeias e estadunidenses) e onde não funciona, como você bem disse, por falta de políticas públicas. Aqui na UFSC, vejo como alguns exemplos as engenharias exportando, tanto conhecimento quanto profissionais de excelência. Além da sociologia ou a geologia, com pesquisas de mais de uma década produzindo resultados em segurança pública e erosão, relacionadas as enchentes catarinense, ou ressacas do mar avançando as áreas das praias.
Sem falar que o contexto das favelas, como tem sido exaustivamente pesquisada nas ciências humanas em geral, tem seus motivos ancorados em nossa colonização e neocolonização, cuja falta de planejamento no processo de libertação dos escravos, somada a uma entradas de imigrantes europeus que ocuparam a posição (a partir de então assalariados) de muitos escravos expulsos das áreas agrícolas. Planejamento que não foi feito (ou quando feito não executado) desde a monarquia passando pelas repúblicas velha e nova.
Não queria me alongar no comentário, mas acabei o fazendo. Acredito que numa coisa temos total concordância. O que tem prejudicado cada vezes mais o avanço socioeconômico qualitativo de nossa país, é a falta de iniciativas pública e vontade política dos representantes do legislativo e executivo. O que discordo, sem querer ser generalista (porque em alguns casos eu concordo) é que a simples privatização pode solucionar nossos problemas de forma sólido. Acredito, talvez por ser professor, que será necessário um processo de transformação sociocultural para que, só assim, qualquer transformação econômica, seja bem executada (seja pelo público ou privado) e igualmente cobrado pela sociedade brasileira, através de instrumentos que deem poder de decisão no que concerne ao uso dos recursos (novamente, tanto do público quanto do privado).
Ainda que eu posso ter soado um pouco idealista e /ou utópico, gostei da reflexão que seu texto me causou. Parabéns novamente, abraço e até a próxima! |
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Muito obrigado pela sua resposta e por ter apreciado minha conjectura sobre o tema, e concordo plenamente com você com relação a transformação passar pela cultura, que por sinal foi destruída por anos dos últimos governos, mas temos, ainda uma esperança de que isso venha a mudar e, possamos vislumbrar uma nação melhor. Temos a capacidade de nos tornar uma das maiores, senão, a maior nação da terra, mas isso dependerá da busca cultural e intelectual da população em aprender e buscar saber como reverter os problemas brasileiros. Forte abraço
Era pra eu comentar hoje aqui, mas seus post me chamam atenção, mesmo sem ser a vez de deixar meu comentário pelo rodízio. hehe Mais uma vez, parabéns pelas reflexões que tens trazido em seus post!
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