Professor, negro e vencedor do prêmio "Nobel de Ensino".

in #education6 years ago (edited)

Certamente você deve conhecer várias histórias inspiradoras de professores que através das suas ambições na busca por um mundo melhor... Acabaram mudando a vida de vários alunos, certo?

No entanto, muitos desses exemplos acabam sendo esquecidos (ou até frequentemente ignorados por diversas razões) pela sociedade. Felizmente, esse não é o caso do professor Peter Tabichi, que faz um trabalho fenomenal no Quênia e foi premiado com US$ 1 milhão* com o Global Teacher Prize de 2019 da Varkey Foundation.

Fonte: Divulgação (Varkey Foundation)

Atuando na Escola Secundária Keriko (localizada na vila de Pwani no Vale do Rift) como professor de Ciências, esse padre franciscano é responsável por uma verdadeira revolução cultural em uma das regiões mais pobres de um país que tem um dos índices mais baixos no quesito de crescimento econômico a nível mundial.

Em um local nada propício para que a educação faça morada (por exemplo, salas mal estruturadas e desproporcionais para a quantidade de alunos... entre tantos outros problemas), os professores da escola tem que ensinar a turmas compostas por 58 alunos (cada) e contando com apenas um único computador (com péssimo acesso a internet).

Além disso, por parte dos alunos... Existe a dificuldade de chegar até a escola. O desafio de ter que percorrer 7 km entre suas casas e a escola os coloca a prova diariamente. Uma situação muito complicada, principalmente em dias de chuva... E de maneira geral, porque muitos deles não tem sequer o que comer. É nessa hora que Tabichi entra em campo novamente e atua mais do que como "apenas" um professor, e doa 80% dos seus ganhos para ajudar esses alunos e também, a melhorar a estrutura da escola onde leciona.

Tá achando pouco para ele ter ganho um prêmio tão importante? Então segura mais essas informações: Tabichi doa uma parte do seu tempo livre para dar aulas particulares aos alunos que tem o déficit de atenção acentuado e ele mesmo faz pesquisas em cybercafés (onde a internet é melhor) e baixa conteúdos para dinamizar as próprias aulas e ganhar a atenção das turmas e mostrar que o ensino vai muito além do quadro negro.

Finalizando esse show de exemplo de ser humano / profissional: além de aumentar o interesse dos alunos em Ciências, ele também conseguiu esse feito na Matemática (com a ajuda de outros professores) e o resultado de tanto trabalho surgiu com uma importante qualificação na International Science and Engineering e também, com a vitória de um time de estudantes que levou um prêmio da Royal Society of Chemistry.

Todo esse esforço descomunal feito por ele ainda resultou em 90% da ausência dos alunos em sala de aula, bem como dobrou o número de matrículas de novos alunos... Sendo assim, aumentando a importância do ensino e da escola para a sociedade do país.

E aí... Tá bom ou quer mais?!

Enquanto ex-professor, ler uma histórias dessas até me motiva a querer ensinar novamente... Mas, eu já decidi que lecionar não é para mim (não ao menos em país que não dá a mínima para uma das classes profissionais mais importantes do mundo!).

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Uma história para se motivar. Um exemplo claro do que é ser mestre, ser professor. Se não tivesse paixão pelo que faz e apenas tomasse o tempo pensando em dinheiro, principalmente no país em que você, acredito não seria professor. Mas ele É professor! para a sorte dos que com ele estão. Sensacional! Parabéns Peter Tabichi


O Brasil foi representado entre os dez finalistas. Representado pela professora Debora Garofalo. Motivo de orgulho para nós brasileiros... ou não se compararmos o Brasil com o Quenia, um pais com um BIP (2017) 74,94 bilhões UDS com um país que simplesmente tem um BIP (2017) 2,056 trilhões USD (2017). Se o PIB não é suficiente veja que o Quenia tem renda per capita de 1.507,81 USD (2017) contra 9.821,41 USD (2017) do Brasil.


No entanto, ser mestre... Acredito que está muito além de valores financeiros. É paixão mesmo! É o desejo de inclinar se e ver o próximo melhor. É a profissão das profissões. Nenhuma nação acresce sem a existência dessa pessoa... O professor!

A história do Tabichi é realmente impressionante (sem desmerecer, é claro, o esforço da Débora Garofalo)!

Sobre a valorização do Professor, eu nem me refiro apenas a parte financeira (embora esse seja um baita problema a ser resolvido!)... Mas sim, em termos de profissão mesmo, que como você bem pontuou: é a profissão das profissões.

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Eu iria comentar sobre a brasileira que estava também concorrendo. Mas já falaram. E claro, não tem como esse cara não merecer o prêmio. Todo o esforço dele e nessa região é algo incrível.

Não sabia que você era professor. Professor do que no caso? XD

Eu dou aulas de informática só haha. Mas gosto do que faço. Porém, eu não conseguiria dar aula eu acredito em escolas. Devido a educação dos alunos e tudo :/

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Indiscutivelmente, o Tabichi mereceu esse prêmio.

Eu lecionava Inglês. Os motivos de eu ter desistido foram vários (e não apenas a má educação dos alunos... aliás, se fosse só isso, era algo "contornável"). Os problemas dessa profissão são bem mais complexos.

Ser professor (de escola regular) no Brasil, NUNCA MAIS! Talvez, uma exceção seja aberta por mim se eu decidir ensinar em escolar de idiomas (mas isso não está nos meus planos atualmente).

Legal que tu ensina informática. Bem mais fácil do que estar a frente de uma turma com 60 alunos (sim, eu enfrentei essa batalha... haha).

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Fenomenal! Até citamos ele há alguns dias no grupo.

Infelizmente, como citou de início, boas coisas não são memoradas, geralmente, nesse mundo.

Fiquei feliz pela premiação, e, praticamente SEI que o milhão terá bom uso!

Avante, pessoas que mudam o mundo pra melhor!

ptgram

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Avante MESMO!

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