Transcendendo a inveja e as críticas gratuitas...

in #busy7 years ago (edited)

Não desanime caso as pessoas ao redor não acreditem em você, pois na maior parte das vezes a descrença delas não está relacionada com você, mas com elas mesmas. Não desanime se duvidarem da sua capacidade de realizar o que você deseja de coração e sabe que é capaz. Primeiro, porque, quando você se propõe a fazer algo novo, muitas pessoas ao redor o desestimulam por estarem conectadas com o sentimento de inveja, mesmo que inconscientemente. É possível contar nos dedos aqueles que ficarão realmente alegres com as suas conquistas e se esforçarão para que as coisas realmente deem certo para você, sem interesse em ganhar nada com isso.

A maioria das pessoas quer realizações apenas pra si, pois o fracasso dos outros em diversas áreas é pra elas a confirmação de que elas estão bem. É assim que muitas pessoas avaliam se estão alcançando objetivos significativos: É olhando a própria satisfação e comparando com a satisfação das pessoas ao redor. E, se por acaso elas tem a sensação de que as pessoas ao redor estão crescendo mais do que elas em determinada área da vida, isso se torna um problema para elas, pois faz com que deixem de olhar para áreas de maior abundância em suas vidas e as faz olhar para o que lhes falta.

Dante Alighieri descreveu a inveja como um ser no purgatório com os olhos costurados - em latim in videre ou invidia ("sem vista"), pode ser também interpretado como um olhar torto. O sentimento de inveja vem de uma cegueira em relação às próprias perspectivas. Schopenhauer dizia: “A inveja é natural ao homem. No entanto, ela é, ao mesmo tempo, um vício e uma desgraça. A inveja dos homens mostra o quanto se sentem infelizes; a sua atenção constante às ações e omissões dos outros mostra o quanto se entediam.” As pessoas enxergam as conquistas do outro, fecham os olhos para as próprias conquistas e se sentem vazias.

Quando não torcemos para o crescimento alheio, é porque estamos conectados com a sensação de incapacidade própria. É essa mesma sensação de incapacidade, com a qual entramos em contato quando sentimos inveja, que alimenta as nossas crenças limitantes de fracasso, que assombram o nosso inconsciente e que impedem que sigamos seguros em busca de nossos objetivos. É por isso que, em prol do nosso crescimento pessoal, além de ser necessário saber reconhecer a manifestação da inveja alheia em nossas vidas, é preciso também vigiar a manifestação da inveja quando surge em nós mesmos. Embora seja algo difícil reconhecer e admitir, pois sentir inveja é algo que causa muito constrangimento, é aprendendo a identificar de onde ela nasce e porquê que podemos conhecer as nossas próprias crenças limitantes.

Sentir inveja é natural, embora a gente sinta muito constrangimento ao perceber que a estamos sentindo. Na maioria das vezes, a inveja é um processo interno completamente inconsciente. Às vezes as pessoas tem conflitos internos e medos em determinada área da vida e pode ser que, por anos, essas pessoas tenham se convencido de que elas mesmas não poderiam realizar algo. A partir disso, elas permaneceram paralisadas pelo medo da frustração. Quando você, agora, luta para conseguir coisas semelhantes, o que acontece é uma tentativa inconsciente das pessoas de convencer os outros da impossibilidade ou da dificuldade de realizar o que, outrora, tanto desejaram. Se alguém, por acaso, realizar um feito parecido, isso os conectará com o desejo pessoal de ter feito e com o vazio causado pela falta de ação.

Ouvi uma fábula há muito tempo atrás que era mais ou menos assim: "Um grupo de ratos se propôs a escalar uma montanha, pois atrás dela havia um rio e, ao redor do rio, havia muita fartura de alimentos. O grupo acordou bem cedo se preparou para a escalada. A maioria conseguiu chegar escalar até o meio da montanha, mas da metade pra cima havia uma grande escarpa e os ratinhos começaram a escorregar. Depois da queda dos primeiros, os demais que estavam mais embaixo começaram a gritar: "É impossível, vamos todos acabar nos machucando." E os ratinhos começaram a descer. Apenas um continuou a escala pelas regiões mais difíceis. Esse ratinho atravessou a montanha e voltou para o restante do grupo trazendo muitos alimentos. Logo que se aproximou, os ratos perguntaram-no como conseguira. Ele simplesmente não demonstrava entender nada do que diziam, porque era surdo". (Não sei o autor!). Às vezes para realizar algo grandioso, é preciso tapar os ouvidos para as pessoas que afirmam que não é possível, sem ao menos ter tentado... e seguir em frente.

Não é necessário que você dispende energia entrando em conflitos com as ideias dessas pessoas. Sentir inveja ou mesmo transferir a sensação de fracasso pessoal aos outros é um processo que ocorre quase sempre sem que percebamos. A maior parte das pessoas que desestimulam você estão paralisadas pelo medo e pela sensação de fracasso pessoal, e não percebem isso. Aceite as pessoas ao redor e a trajetória delas, com maturidade e compreensão. Ademais, também não é recomendável canalizar as críticas externas para a vontade de se superar apenas para provar aos outros que é possível e que você é capaz. Quando você faz isso, você está fortalecendo a ideia de que a visão negativa dessas pessoas é significativa para você. Dessa forma, as crenças limitantes alheias passam a ser inimigos a serem combatidos. Isso acaba gerando muita ansiedade e afeta a forma como você irá conduzir os seus objetivos. Simplesmente não absorva críticas sem fundamento ou ideias gratuitas de fracasso.

O conflito gerado em você a partir das críticas e energias negativas externas é justamente o que pode impedir que você realize o que almeja, pois isso ocupa muito espaço dentro de nossas mentes. Esvazie a mente e faça o que deve ser feito a cada dia para atingir o que deseja. Adquira foco. Desenvolva a disciplina de que necessita e avalie com bastante racionalidade o seu desenvolvimento nessa trajetória, discernindo ao máximo a análise racional das dificuldades e as críticas construtivas da manifestação de suas crenças limitantes - provenientes do passado e das pessoas ao redor. Avalie, você mesmo, a sua própria dedicação e os pequenos resultados que estão sendo obtidos. Estipule metas. Trace estratégias. Haja com racionalidade. Seja objetivo. Formule e reformule os seus planos de tempos em tempos. E, caso você esteja cercado por pessoas em que realmente confia, peça a opinião sincera delas e se avalie de forma aberta e sincera. Acredite, há pessoas ao redor que realmente podem impulsionar o seu crescimento. Procure se aproximar de pessoas confiantes e que se sentem realizadas na área em que você está buscando crescimento. Elas enxergarão em você um pouco dos sonhos que elas mesmas tiveram um dia e pelos quais lutaram. Pode ser que fiquem satisfeitas em te ajudar.

Pode ser muito bom buscar o aconselhamento de pessoas de confiança, mas é preciso lembrar também que força de que você precisa para realizar o que deve ser feito só pode vir de você mesmo. Frequentemente, a própria trajetória rumo aos nossos objetivos é que nos dá a força necessária para prosseguir. Então, o mais importante é começar. Às vezes precisamos passar por dificuldades para conhecer a força que existe dentro de nós. Às vezes precisamos da tentativa das pessoas ao redor de nos desestimular para conhecer o quão vivo são os nossos sonhos. A disciplina e a dedicação só podem partir da sua força pessoal e da sua vontade de realizar o que quer. Ela não pode vir de fora pra dentro. Quando sonhos se realizarem, você vai ser grato, DE VERDADE, às pessoas que duvidaram de você. No fundo, era delas mesmas que elas estavam duvidando e apenas inconscientemente projetaram isso em você. Estar diante da cegueira delas ajuda a enxergar com mais clareza as suas próprias crenças limitantes e a poder, assim, encará-las de frente, com racionalidade e objetividade.

Durante o percurso, é preciso estar ciente de que você pode não alcançar a linha de chegada. Mas será que, por causa disso, você deve parar de tentar? Você deve não participar da corrida, ou então não dar tudo de si nela? Pensar assim, é escolher o fracasso sem ao menos ter participado da batalha. Aliás, acredito que o verdadeiro fracasso acontece quando você decide não lutar pelo que acredita.

A disciplina e o treino te levarão, a cada dia, à superação pessoal dos seus próprios limites e é isso o que mais importa. Ganhar não é tão importante quanto treinar e lutar. É a luta e o treino que te deixam mais forte, não os títulos a serem recebidos.

Além disso, ao fim e ao cabo de tudo, é isto que lhe trará satisfação pessoal: o seu aprendizado e a sua consciência em relação àquilo que você foi capaz de fazer, com a força e as ferramentas que tinha - e não as medalhas recebidas. As medalhas são para os outros. Você não precisará delas e quem te apoia e conhece a sua luta também não, pois irá vibrar a cada pequeno avanço. O que você leva para sempre da batalha é a força adquirida. Já as medalhas, quando são conquistadas, com o tempo acabam enfiadas no fundo de alguma gaveta.

#pt #filosofando #inveja #críticas #superacao

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Saudações, senhorita Amanda

Inveja possui raízes na criação familiar da pessoa. Quem sofreu muitas críticas durante a infância, relacionada á incapacidade de realizar objetivos infelizmente tende á desenvolver isso. Não é questão de classe social ou financeira, mas, questão de como os pais pensam sobre algum assunto. Por exemplo, um filho de familia com poucas condições vai a casa de uma criança com maiores condições e lá, ou fora de lá, ouve do pai ou mãe que nunca terá condição de ter aquilo. É repreendido quando fala que quer ter algo igual e ouve por exemplo, que uma pessoa como ele nunca conseguirá aquilo. Isso deixa uma marca negativa imensa na pessoa, reduzindo sua auto-estima. Daí começa á surgir o sentimento de inveja.

Porém, se o pai ou a mãe de uma família com poucos recursos falar que se ele quiser aquilo, poderá ter, contanto que se esforce, a criança cresce sem cultivar esse sentimento. Daí, notamos que inveja surge da criação familiar.

Por isso, tento ter empatia com pessoas assim e notar que estão sofrendo, mas, não sou mais tão bonzinho quanto eu era. Se notar que a pessoa é tóxica e vai me atrapalhar, caio fora dela, sem magoa-la jamais, mas, não faço mais papel de bobo sendo bonzinho, pois a grande maioria das pessoas possui sua personalidade estática( não por que não querem mudar, mas por terem preguiça de reestruturar suas crenças).

Obrigado pela postagem e bom dia!!

Outra fábula que pode ser aplicada é a da raposa e das uvas verdes... é exatamente a mesma situacao @amandavale.


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parabéns, você está participando do #filosofando, boa sorte, interessante sua reflexão, outro argumento contra a inveja é que não devemos desejar o sucesso do outro, cada um possuí seu próprio caminho, portanto a autenticidade é vital para o engrandecimento de cada ser, parabéns pelo texto!

Parabéns, seu post foi selecionado pelo projeto Brazilian Power, cuja meta é incentivar a criação de mais conteúdo de qualidade, conectando a comunidade brasileira e melhorando as recompensas no Steemit. Obrigado!

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