TURNÊ "SEM SAIR NA ROLLING STONE 2017" - A PRESTAÇÃO DE CONTAS

in #brazil7 years ago (edited)

_DSC5576.jpg
Foto por Tiago Baccarin

Após a primeira Sem Sair na Rolling Stone (link aqui) aprendemos lições valiosas sobre agenda e sobre logística de turnê. Aqui vão as lições mais valiosas aprendidas na última turnê e algumas dicas que damos agora, antes mesmo de explicar como foi cada show e cada semana dessa turnê que durou 4 meses. Tentarei ser breve.

Lição 1 - Travel light - Sim, é óbvio, mas é assim. Carro 1.0. Sem grandes malas e sem hardcases para você ter mais espaço.
Lição 2 - Priorize marcar shows com fãs e amigos - O produtor tem de entender que você tem de tirar um mínimo de dinheiro em cada cidade pra sair no lucro da turnê. E ele tem de te ajudar a fazer isso, chamando pessoas e promovendo o evento. Muitas vezes você vai tocar a primeira vez numa cidade que nunca tocou e você precisa de um público que ainda não te conhece + o seu público. Isso fica com o produtor.
Lição 3 - Estabeleça uma média de cachê pros shows e tente não cobrar tanto de pequenos produtores - o nosso foi 400 reais, tiveram vários shows que deram menos e vários que deram mais, mas é importante você calcular quanto vai ser a média e veja quanto você vai tirar antes de você sair em turnê. Como éramos duas pessoas fazendo 50 shows então dariam 20 mil reais, tirando metade para gastos daria 10 mil reais de lucro líquido pra nós(que foi o que deu no final das contas). Para mais detalhes conferir o excel aí embaixo.
Lição 4 - Calcule que você vai gastar metade da grana com gastos de alimentação, manutenção do carro e gasolina - e não gaste nada com bebida, que fique bem claro, se começarem a encher a cara todo dia o dinheiro vai acabar, se coloque no seu lugar, você não é um rockstar.
Lição 5 - Merch legal e maquininha de cartão - Isso mesmo, merch legal vende pra caralho. Faça um tipo de merch que vai ser exclusivo da turnê que aí incentiva as pessoas a irem no show e comprarem o merch.
Lição 6 - Tente não ser a última banda a tocar, se possível - Por questões de cansasso e de galera bêbada... É complicado ser a última banda, em muitos eventos os produtores colocam 4 ou 5 bandas e aí você vai ser a última. Na maior parte dos casos você vai tocar pra ninguém, ou vai tocar um setlist menor por causa da hora, ou vai tocar tarde pra caralho (e muitas vezes cê vai ter de viajar logo depois do show) ainda tem o troço que seus fãs vão estar tão bêbados que vão arranjar confusão com você ou entre eles. É complicado. Melhor tocar antes sempre. É melhor pra você e pro público que tá indo te ver.
Lição 7 - Cada show é um show, fique tranquilo - Muitas vezes você vai ficar super feliz que um show lotou e super triste que o outro ficou vazio. Não ligue pra essas coisas. Quando você menos perceber você vai tá fazendo tudo no automático e pouco ligando se seus fãs não foram no dia ou se seus amigos não foram no dia ou se todo mundo foi no outro. Eles que tão perdendo o seu show, não ligue pra ninguém, só chegue lá e dê o máximo pra quem tá lá.
Lição 8 - Não ligue se não conseguir ver todos os shows de todas as bandas - É sempre bom ver o show de todas as bandas que tocam com você e conhecer todas as pessoas e conversar e ser amigo e tudo mais. Mas muitas vezes numa turnê grande assim você vai ter de abrir mão de ver alguns shows e conversar muito com os amigos. Infelizmente cê tá trabalhando e trabalho é assim mesmo.
Lição 9 - Faça shows em vários formatos e do jeito que der - Toque sem duas cordas na guitarra, toque só com caixa bumbo e prato, toque sem usar pedais, toque do jeito que der. Você aprende muito tocando com pouco e do jeito que der e é uma lição de humildade também. Muitas vezes a gente fica fixado nos nossos pedais e nos nossos formatos e esquece que cada show é especial justamente por essas coisas erradas que podem dar e você se virando por cima delas.
Lição 10 - Se divirta com as loucuras e limitações da turnê - Não pense só no dinheiro, lembre que cê tá vivendo um sonho rodando o país inteiro com seus amigos e tocando suas músicas. É importante você ganhar uma grana com isso, mas não fique pensando nisso demais e não se estresse tanto. Deixa o pau quebrar e ria das situações bizarras.

É isso, eu acho. Eu e Jonathan combinamos de sair em turnê nós dois e aí apareceu o Nando (que tem a história dele toda lá que prometeram uma grana pra ele cobrir a turnê e depois deram pra trás na semana que íamos viajar e então ele fez um crowdfunding). Combinamos que íamos dividir o dinheiro igual entre eu e Jonathan, o Nando teria o dinheiro do crowdfunding, minha namorada fez uma planilha de excel pra gente com lucros e gastos e nós partimos pros 54 shows, que dariam por volta de 10 mil reais, que dividiríamos em dois. Como a turnê foi gigante demais, e muitos pagamentos de blusa e de cachê a gente só recebeu depois do dia e foram caindo na conta aos poucos, em muitos lugares não dá pra saber exatamente quanto foi o pagamento. Mas deixo aqui a nossa planilha do excel para vocês darem uma olhada. O que eu vou fazer aqui é um tratado aproximado de como foi a experiência em cada cidade e quanto de público e cachê que deu e o porquê.

Eu fui pra BH no dia 1 de abril, porque eu pus na cabeça que ia tocar bateria na turnê, de cara já tive um gasto bruto com pedal, caixa e um prato, que comprei do grande baterista da Zonbizarro e da Miêta, Luiz Ramos. Ensaiamos algumas vezes até ver que dava certo. Esse formato de 3 pessoas é ideal, mas dá pra fazer com só 2 pessoas ou até 4 pessoas sim. Isso é o que eu acho.

Aqui está a planilha de excel com tudo embaralhado, dinheiro de blusa, dinheiro de cachê, gasto, mas é isso aí que controlou a turnê inteira

17880186_1835168246743857_4896456182774766082_o.png
*Arte da turnê por Gigopepo

Show 1 - 21 de abril - Belo Horizonte/MG
Lucro: 1300 reais por aí.
Público: Deu uma galera mas não chegou a lotar.

Com esse show de BH a gente conseguiu pagar todas as blusas que iríamos vender no começo da turnê e ainda pagamos a maquininha que compramos. Deu por volta duns mil e quatrocentos reais a venda das blusas e o cachê do show. A Casa do Jornalista é um lugar grande demais, e eles tem um esquema de divisão de bilheteria, então imagina se o lucro tivesse ido todo pra gente que sonho. Cobramos 15 reais de cada cabeça.

Show 2 - 27 de abril - Niterói/RJ
Lucro: Pouca coisa menor que 400.
Público: Pouca gente.

Esse show já mostrou que às vezes iríamos ter problema. Quem tinha marcado o show com a gente era um rapaz de Niterói que simplesmente desapareceu uma semana antes da turnê começar. Então comentamos lá no evento do show que távamos sem lugar pra tocar e falamos com a galera se eles sabiam de um lugar. Arranjaram um estúdio pequeniníssimo mas com uma rapaziada muito gentil e fizemos o show lá. Cobramos 20 reais por cabeça, um preço caro, mas a galera pagou tranquilo porque é mais barato ir num show nosso em Niterói do que ir pro Rio e voltar pra ver um show nosso lá, que provavelente custaria 10 ou 15 reais. Teve mais um troço, choveu pra caralho no dia, aí ia dar pouca gente de qualquer jeito, mas como cobramos caro deu bom pra nós, graças a deus. Outra coisa, a bilheteria era toda da banda, coisa que ajuda demais. A casa ficava com o lucro do bar.

Show 3 - 28 de abril - Rio de Janeiro/RJ
Lucro: Pouca coisa abaixo de 400.
Público: Pouca gente.

Basicamente teve uma greve geral de ônibus no dia. Isso foi azar demais. De qualquer forma, fizemos o show no extinto Pólo Norte pra algumas pessoas e lá a bilheteria vai inteira pra banda, sem porcentagem. Isso salvou a gente demais. A casa só ficava com o lucro das bebidas. Se fosse sempre assim o mundo seria mais fácil pros músicos. Isso é perfeito pra casas de pequeno tamanho que são um estúdio tirarem um lucro pequeno pra pagar suas contas e ainda ajudarem a banda que faz o show. Um abraço pros nossos amigos e fãs que foram e ajudaram nesse dia. O show foi legal demais, tinha muita gente amiga lá. Um abraço especial pra Larissa Conforto que foi quem organizou a porra toda nesse dia.

Show 4 - 29 de abril - Duque de Caxias
Lucro: 400 reais cravado.
Público: Uma galera boa.

Quem organizou foram nossos grandes amigos da Valente Records e com eles não tem tempo ruim. Sempre dá uma galera e eles sempre dão o cachê fechado pra banda. Eu não tenho nada que reclamar deles, nem nunca vou ter. Amo eles demais. Teve show incrível da Chico de Barro e da Santarosa. Sobre o nosso show tivemos um pouco de azar. Um azar que ensinou uma lição pra gente, a questão de ser a última banda. O local tinha hora pra encerrar as atividades, e as primeiras bandas ou atrasaram ou tiveram um setlist um pouco maior então na hora que fomos tocar só tocamos 3 músicas e proibiram a gente de tocar mais. Aí tiramos uma viola e fizemos um acústico pra galera não ficar tão triste que perderam um show. Mesmo assim, a galera da Valente continuou corajosa e não arredou o pé, deram pra gente o cachê perfeito e aposto que tiraram uma grana do evento também. Sempre à frente, Valente Records! Muito obrigado por tudo!

Show 5 - 30 de abril - Campo Grande/RJ
Lucro: 400 reais cravado.
Público: Uma galera boa.

Nunca tocamos em Campo Grande na região do Rio de Janeiro. A galera da Casinha recebeu a gente bem demais, tocamos e tivemos de vazar logo depois. Foi muito bom ter tocado lá e espero voltar sempre na Casinha. Teve uma banda que chama Joana de Barro que horrorizou nesse dia. Pagaram a gente na hora e isso é bom demais quando acontece. Foi ótimo. Um abraço pro Daniel Nobre que foi quem fez o meio de campo com a gente. Depois disso fomos direto pra SP e ficamos lá durante a semana na casa dos grandes amigos Felipe, Júlia, Tiago(que tirou essas fotos incríveis), Sofia, Raíssa e Bruno.

Show 6 - 5 de maio - São Paulo/SP
Lucro: 400 conto cravado.
Público: Pouca gente mas o lugar é bem pequeno.

O show foi organizado pelo Theuzitz e a galera da Pessoa Que Voa, que é uma rapaziada gente boa demais e muito talentosa. O show estava programado pra ser um acústico mas acabou que fizemos um show normal porque a banda eliminadorzinho fez um showzasso com o batera tocando num balde, aí eu animei e fui tocar no balde também. Foi muito legal esse dia. Um salve pra todo mundo que compareceu na GAL Guitar Shop, que é um lugar legal demais de tocar em SP. Um agradecimento especial ao Gustavo Athayde.

Show 7 - 6 de maio - São Paulo/SP
Lucro: 400 cravado.
Público: Lotou a Breve.

O show foi na Breve com apoio da Monkeybuzz e com a galera da Mahmed. Desnecessário dizer que lotou. Foi perfeito. Combinamos o cachê dividido com a galera da Mahmed porque eles são de Natal, aí deu 400 cravado pra gente, pra Mahmed e pra Monkeybuzz que tinha arcado com as despesas de aluguel da Breve. Dia perfeito. Os amigos da Breve, Dotta e Farah sempre ajudam nóis em todas as turnês. Um salve também pro Lucas Theodoro que ajudou nóis demais esse dia. Depois ainda teve duas after maravilhosas que não posso dizer muito. Hahaha!

Show 8 - 7 de maio - Sorocaba/SP
Lucro: Por volta de uns 300.
Público: Pouca gente.

O show foi organizado pela em Sorocaba pela galera do Lobotomia e nosso amigo o Victor, o Gringo. Tocou também o rapaz JJ The Wave, foi legal o domingão em Sorocaba. Infelizmente, era um domingão e em cidade que não é São Paulo capital a galera dá uma morgada e deu pouca gente no show, mas o lucro foi bom já que estávamos ali do lado já e foi bom que encontramos os antigos amigos de Sorocaba. Depois do show voltamos pro Espaço 2 e Meio na capital que é onde a gente sempre fica em SP.

Show 9 - 12 de maio - Curitiba/PR
Lucro: Um pouco mais de 400 reais eu acho.
Público: Muita gente.

O show foi na Lavanderia e o lugar é simplesmente perfeito pra um show do nosso tamanho. A casa é maravilhosa e embaixo dela tem um estúdio bem pequeno e apertadinho que cabem sei lá umas 40 pessoas muito apertadas. Nosso parceiro da Geração, Pedro Flores, tava lá e nosso amigo Andrey, da Francisco, El Hombre, também tava lá, os meninos da Mahmed também compareceram mas a gente nem teve tempo de conversar com eles, infelizmente. Foi maravilhoso e está entre os melhores shows da turnê até hoje, eu acho. Um abraço pra nosso amigo Richardyson Marafon de Curitiba que sempre nos abriga e é das pessoas mais generosas do planeta terra. Logo depois do show de Curitiba já fomos direto pra Maringá.

Show 10 - 13 de maio - Maringá/PR
Lucro: 400 cravado.
Público: Uma galera.

Show organizado pela NapNap Records e PMA Produções. Foi legal demais esse show, foi tipo uma calourada assim com ingresso barato e cerva barata. Pra mim foi um prazer tocar em Maringá pois conheço um monte de gente de lá há muito tempo e nunca tinha tocado lá. Infelizmente não deu pra ficar muito tempo, logo depois do show já viajamos direto pra Campo Grande. Um abraço pro Tim que foi a pessoa principal que organizou esse show.

Show 11 - 14 de maio - Campo Grande/MS
Lucro: 400 cravado.
Público: Gente pra caralho.

Ouso dizer que pegar a estrada de madrugada chovendo de Maringá pra Campo Grande foi a coisa mais louca que fizemos nessa turnê. Recomendo que essa estrada seja feita de dia. A estrada é longa e vazia e com pouquíssimos postos de abastecer. Se der uma merda cê tá no meio do nada e com pouquíssima gente passando. O show foi na rua e foi organizado pela galera do Estúdio Sal. Domingão, dia das mães e na rua. Foi legal pra caralho esse evento. E outra, tocaram outras 3 bandas legais pra caralho esse dia que a gente ficou meio que fã. Nessa turnê foi muito difícil assistir show de bandas porque era tanta banda e a gente viajava muitas vezes logo depois de tocar e chegava na hora de tocar já, então foi raro quando pudemos ver os shows das bandas que tocaram com a gente, infelizmente. Bem, as bandas que tocaram esse dia foram Insana Corte, Os Cardigans, Macumbapragringo e a Peixes Entrópicos (que ficamos fãs do falsete do cara). Procurem essas bandas pra ouvir que elas todas são boas e o Mato Grosso é um pouco esquecido pois está fora de todos os eixos, então é importante ouvir eles. Um abraço especial pro João Abdo. A grana desse show foi retirada da venda de cerveja, um troço que devia ser feito mais e mais por aí.

Depois do show em Campo Grande eu meti o carro numa vala de posto e voltamos pra Maringá e lá fizemos uma apresentação acústica que deu um pouquinho mais de dinheiro e deu pra gente conversar com a galera legal. Depois voltamos pra casa do Richardyson em Curitiba e comemos bem e dormimos bem, foi bom demais. Um abraço pro Lincoln também que abrigou a gente em Maringá. E também pro Sinapra, um amigo das antiga que mora em Maringá.

Show 12 - 19 de maio - Florianópolis/SC
Lucro: Por volta de uns 300 reais.
Público: Pouca gente.

Esse show foi organizado pela nossa grande amiga Nayara Brida num lugar legal demais que chama Tienda de Ideias. Foi um show bem legal e olha que choveu muito no dia em Floripa. Aprendemos uma coisa também com esse show, não deu o lucro inteiro que precisávamos porque tivemos de alugar o som todo. Muitas vezes é melhor pegar as coisas emprestadas se for o caso. Mas foi até barato o aluguel e o cara montou tudo e o som tava ótimo, então às vezes é melhor pagar o som mesmo e fazer um show melhor. O ideal seria rodarmos com o som todo, mas isso é impossível infelizmente. De quebra ainda trombamos com nossa amiga da Geração, a Paola Rodrigues, que tava por lá visitando a mãe nesses dias. Foi um show bem legal num lugar lindo. Mal sabíamos que teria uma volta impressionante Floripa no Luau de volta.

19780776_434298243620148_8913930151029024825_o.jpg
Foto por Hannah Carvalho

Show 13 - 20 de maio - Porto Alegre/RS
Lucro: Pouco, por volta de uns 200 reais eu acho.
Público: Pouco também.

A gente dá um pouco de azar em Porto Alegre. A organização foi ótima e o lugar é super legal mas não deu gente suficiente pra dar grana. Muitos amigos e fãs não foram. Era um sábado, tinha tudo pra ser bem legal, mas damos azar lá. Fora que tivemos de dividir com a galera da casa o dinheiro das entradas. Eles também tem de se manter, é foda. Aí saímos um pouco no prejuízo, mas sem problemas. Acontece, e o show foi legal, bola pra frente. Um abraço pra galera do Mais Shows que tratou a gente bem demais e fez o possível pra que o dia fosse legal. Logo depois do show fomos pra Santa Maria.

Show 14 - 21 de maio - Santa Maria/RS
Lucro: Por volta de uns 300 reais eu acho. Depois fizemos uma apresentação extra acústica que completou a grana.
Público: Pouco, mas é Santa Maria né.

Santa Maria foi legal demais a estadia e os dois shows que fizemos lá deram a grana suficiente, graças a deus! Todo mundo de Santa Maria é muito gente boa e engraçado e acolhedor, eu moraria em Santa Maria de boassa. Mas tem muita cidade dessa turnê em que eu moraria. Um abraço pra Laura, pro Michel, pro Gustavo e pra Carol!

É importante lembrar que nessa parte da viagem pra Santa Maria e depois voltando de Porto Alegre após o luau eu tomei 3 multas de velocidade. Toma no cu. Isso aí tirou um troço do lucro da turnê. Mas tava chovendo e tava a noite e eu não vi os radares. Importante dirigir com cautela quando tiver chovendo, galera.

Show 15 - 25 de maio - Luau Porto Alegre
Lucro: Pouquíssimo.
Público: Quase ninguém.

Foi o nosso primeiro luau. E em Porto Alegre eu já disse que a gente dá azar né. Essa apresentação ainda foi longe e ainda choveu. Aí cê já sabe. Novamente foi pouca gente, dessa vez menos ainda, e novamente os amigos e fãs não foram, dessa vez menos ainda. Mas foi uma apresentação legal pras poucas pessoas que tavam lá. A gente curtiu, infelizmente não deu grana mas foi bom conhecer bem as pessoas que foram lá. Muito obrigado a vocês viu. Obrigado mesmo à galera da casa também. E um obrigado especial à Pâmela. Nós vamos nos lembrar desse dia.

Show 16 - 26 de maio - Criciúma/SC
Lucro: 400 reais cravado.
Público: No início pouca gente, depois uma galera.

Rapaz, esse dia foi legal demais. Depois do luau pra ninguém em Porto Alegre fomos direto pra Criciúma e que cidade doidera, viu. Chegando lá o nosso mais novo amigo, Diogo, ainda não estava em casa e esperamos ele chegar bêbado de uma festa. Ele é gente boa demais esse Diogo e viramos grandes amigos durante o dia. A festa que ele organizou no MONET PUB parecia que ia dar um prejuízo no início, aí montamos o palco no chão no meio da galera e quebramos o pau. Depois começou a entrar um monte de gente e aposto que deu lucro pra todo mundo, até pra outra banda que tocou. Um abraço forte pro Diogo que é um produtor de sucesso de Criciúma, esse dia foi perfeito pra gente. Logo depois do show fomos pra Floripa pra casa da Nayara.

Show 17 - 27 de maio - Luau Florianópolis
Lucro: Mais que 400 reais.
Público: Lotou de umas 20 ou mais pessoas. O lugar era bem pequeno e era um luau.

MEU CUMPÁDI, melhor luau da turnê, cheio de gente, cheio de fã, cheio de amigo, cheio de droga, cheio de bebida. A galera da casa deu caipirinha de graça pra gente e eu não precisava de dirigir. Foi perfeito. Um abraço pra galera da casa e pra Nayara.

Show 18 - 28 de maio - Luau Curitiba
Lucro: Mais de 400 reais.
Público: Foi uma galera.

Foi tão bom que fizemos o luau e o show normal. Foi bom demais esse dia. Um abraço pra galera da casa e pro Richardyson que organizou de novo a porra toda.

Show 19 - 1 de junho - São Paulo/SP
Lucro: Pouco, por volta de 250 reais.
Público: Pouca gente.

Show quinta em São Paulo competindo com um monte de evento brutal. Foi pouca gente. Mas foi um show legal na Casa Santa Cecília. Teve também que a casa cobra um pouco da grana, aí não conseguimos tirar uma grana boa desse show. Mesmo sendo em São Paulo. Um abraço pro Eduardo que fez o possível pra esse dia ser bom pra gente.

Show 20 - 2 de junho - Campinas/SP
Lucro: Bom demais. Graças a galera da casa que fez cachê fechado pra gente.
Público: Pouca gente porque a galera da casa resolveu fazer com portas fechadas.

O show em Campinas foi ótimo. Chegamos lá na casa do Ari que organizou tudo. Ari, um abraço, você ajudou demais a gente. Não tem muito o que falar, foi bom demais encontrar a galera da cidade que a gente já conhecia e foi um show legal dentro da casa do Ari. Depois comemos das melhores coxinhas da turnê e fomos pra Itu dormir lá.

Show 21 - 3 de junho - Itu/SP
Lucro: Bom demais. Graças ao Marcelo Sandy que organizou tudo e fez cachê fechado.
Público: Pouca gente. Itu é uma cidade pequena e era o primeiro evento da galera numa chácara fora da cidade.

Show em Itu foi legal demais. Numa chácara, bateria perto da galera, num frio do capeta e pra pouca gente. Foi tipo um dia de férias pra nós. A namorada do Jonathan foi até encontrar com a gente. Foi bom demais. Logo depois fomos pra SP. Um abraço pro Marcelo Sandy e pra família dele.

Show 22 - 4 de junho - Luau Despedida de São Paulo
Lucro: Por volta de 400 reais.
Público: 20 pessoas, como esperávamos em cada luau.

O luau de despedida em SP foi bom demais. Poderia ter dado mais gente, mas deu o necessário pra que a gente não saísse no prejuízo da capital. Fizemos com a galera do 2 e meio, nossos grandes amigos de muitos anos e foi de certa forma a despedida da casa também, pois eles mudaram de lá. :( Mas foi uma bela despedida pra gente, ficamos tocando durante horas e tocamos de tudo. O João Carvalho, da nossa Geração Perdida, tava lá e até ele deu uma palinha nas violas. Foi bom demais.

Show 23 - 8 de junho - São Carlos/SP
Lucro: Brutal.
Público: Uma galerinha

Rapaz, foi bom demais esse show e eles fizeram um esquema de bilheteria que deu muita grana pra gente. Foi bom demais. São Carlos é uma cidade especial nos nossos corações. Sempre voltaremos lá e colaremos com aquela galera. Um abraço especial pro Guilherme Vila e pro André, que até entrou pro nosso grupo do cartola.

Show 24 - 9 de junho - Uberlândia/MG
Lucro: Por volta de 200 reais. Ou seja, pouco.
Público: Pouca gente.

Foi o pior show da turnê. A gente tem uma maldição com Uberlândia, é foda. Sempre os nossos piores shows são lá por conta dessa maldição mesmo. Nesse último o Nando bebeu demais com os amigos dele que há muito tempo ele não via e acabou ficando chateado, pocou duas cordas da guitarra. Aí um fã, gente boa geralmente, estava bêbado ficou pedindo pra cantar uma música com a gente e batendo no meu microfone e aí quando eu dei o microfone pra ele cantar 17 com a gente ele errou a música toda, depois nós fomos discutir e nós quase saímos na porrada, mas tudo acabou se resolvendo. Mas tava todo mundo bêbado demais, foi paia. Ainda estou esperando por aquele show bom em Uberlândia, eu toquei mal ainda, é foda. :(

Show 25 - 10 de junho - Goiânia/GO
Lucro: Brutal.
Público: Muita gente.

O melhor show da turnê. Foi um sucesso graças à galera do Cafofo inicialmente que deixou todo o lucro da bilheteria pra gente. E também graças a todos nossos amigos e fãs que foram lá no dia. Um abraço pra galera toda do Cafofo e da Lutre que fez um palco legal demais que ainda teve captação de som. Vai ter um live em Cafofo em breve. Fiquem de olho. Eu adoro Goiânia, tenho um sonho de um dia morar lá. Um abraço especial pra nossos amigos Bruna Mendez, que fez o som todo lá, e Salma e Macloys, da Carne Doce, que abrigaram a gente. Eu adoro Goiânia. Eu adoro todos os shows que fiz lá. Goiânia é um lugar muito muito muito especial. Queria mandar um abraço pra todos os amigos, Chrisley, Jeff, Marcelo, Braz, Ricardo, Joãozera, Nataly, Renatão, Castelinhos, Rayi, enfim muita gente.

Show 26 - 11 de junho - Brasília/DF
Lucro: 400 reais cravado. Cachê fechado.
Público: Uma galera mas tivemos problemas.

Após almoçarmos em Goiânia fomos para Brasília para um evento na Fonte da Torre de TV em Brasília. Um dia lindo organizado por Bruno, Artur e Anderson. Acontece que tivemos vários problemas pra arranjar o som lá e atrasou muito. Infelizmente isso foi paia com a galera que chegou cedo e teve uma outra coisa meio chata no dia. Enfim, esperamos voltar e fazer mais eventos nesse esquema com essa galera e fazer um show melhor. Foi o primeiro evento dos meninos num lugara aberto então é normal dar pau. Todo sucesso pra eles. Um abraço especial pro Felipera que abrigou a gente e pro outro Felipera, da Tiro Williams.

IMG_9982.JPG
Foto por Richardyson Marafon

Show 27 e 28 - 16 de junho e 17 de junho - Porto Velho/RO
Lucro: Pouco, porque abrimos mão, será explicado embaixo.
Público: Pouco, mas é Porto Velho, né. Nunca fomos lá e foi um sonho tocar lá.

Temos amigos em Porto Velho há muito tempo. Dessa vez, o Ramon e o Iuri do Desmanche Records se arranjaram pra levar a gente pra lá. Pagaram um avião de Brasília pra Porto Velho pra mim e pro Jonathan, o Nando pegou a grana do Crowdfunding dele pra comprar a passagem. E então, finalmente conhecemos o norte do país. Lá ficamos na casa do Ramon na calorosa Porto Velho e curtimos a vida boa por lá. O primeiro show foi numa casa legal demais na cidade chamada Serenim. Vale dizer que vocês tem de ouvir os trabalhos da galera do Desmanche. Eles moram longe e precisam de toda moral da gente do sudeste aqui. O segundo show foi numa casa chamada Grego Original, lá encontramos nosso amigo de longa data Mikeias, que eu conheço desde que a Lupe de Lupe tocou no Grito Rock Cuiabá, lá em 2012 ou 2011 não sei direito. Esse segundo show foi um pouco problemático pois eram muitas bandas e acabamos tocando em penúltimo pra pouca gente, e a banda do Mikeias, a Sexytape, nem tocou de tão tarde que tava. Novamente aquela história, colocar muita banda pra tocar e tocar por último é sempre ruim. Ainda mais que tínhamos de viajar cedinho pro Acre no outro dia. Sobre o lucro, conseguimos tirar 500 reais dos três shows e deixamos o resto pros meninos pra eles conseguirem embolsar um pouco das nossas passagens.

Show 29 - 18 de junho - Rio Branco/AC
Lucro: Tá no mesmo pacote de Porto Velho.
Público: Uma galera, mas tocamos pra pouquíssimas pessoas porque era domingo e colocaram a gente pra tocar por último.

Esse dia no Acre foi incrível, a galera da Tuer Lapin, a banda do Ramon, foi junto e tocaram no Acre com a gente. Como eles tavam arcando com a gasosa e com os custos no geral, foi mais do que justo deixar eles tocarem no melhor horário. O show foi num lugar maravilhoso chamado Casarão. Organizado pelo Diogo, da banda Los Poronga, o evento foi um sucesso num esquema pague 10 reais ou mais, e como era domingão deu uma galera família e tals, foi bem legal. O foda foi que tocamos tarde demais e só tinha a zombizada. Mas como experiência o Acre foi alucinante, depois saímos com a Tuer Lapin e o Diogo e conhecemos um pouco do que é o Acre. Foi bonito demais. O show ficou em segundo plano.

Show 30 - 22 de junho - Juiz de Fora/MG
Lucro: 400 reais. Cachê fechado.
Público: Uma galerinha.

Depois da jornada que foi pegar um avião pra Brasília, pegar o carro e dirigir 10 horas até BH no mesmo dia e depois no outro dia fazer um luau surpresa em BH e depois pegar o carro e ir pra Juiz de Fora, inacreditavelmente o show de Juiz de Fora foi legal demais. Tudo graças à organização da Canil Recs. Realmente foi um prazer tocar lá e esperamos voltar sempre, a galera foi muito gente boa com a gente e descobrimos que temos vários fãs em Juiz de Fora. Pra um show numa quinta feira, foi muito além do esperado. Ficamos felizes demais.

Show 31 - 23 de junho - Rio de Janeiro/RJ
Lucro: 400 reais. Cachê fechado.
Público: Uma galera.

Sexta no Rio de Janeiro. O repeteco. O show foi na Motim, organizado pelo nosso grande amigo Santos, que fez um showzão com batera - coisa rara. O nosso show foi bem legal, meio caótico, tinha uma galera quase caindo em cima de mim. O que é bem diferente de quanto eu toco guitarra. Venho aqui já pedir desculpa pro cara que eu arranjei confusão. Ele foi usado de bode expiatório, coitado. Vou explicar: quase sempre que a Lupe tocava e que a gente tocou agora, tem uma galera muito alucinada que faz mosh e acaba estragando um pouco o evento quando eles caem em cima da bateria ou em cima do Jonathan ou do Nando. Nesse dia especificamente, o povo tava trombando em cima do meu microfone, e como eu toco e canto na bateria e não posso parar de tocar, eu tenho de fazer magia ali quando o povo fica caindo em cima de mim. É diferente de quando eu tocava guitarra que a guitarra pode parar uma hora ou outra que não tem problema, é frustrante mas você releva, agora parar a bateria aí acaba a música. Então peço encarecidamente pra galera parar de cair em cima da bateria. Nesse dia o povo tava caindo em cima de mim e batendo no pedestal de microfone e eu acabei dando um basé na galera. Eu até lido com a galera caindo em cima da bateria, mas eles tavam batendo no microfone que tava batendo no meu dente a ponto de quase trincar o bicho. Hahaha! Vida que segue. Fora isso o show foi bão demais. Um agradecimento especial ao Santos que pagou adiantado esse show pra nós e ajudou demais no começo da turnê. Depois do show tivemos um dayoff em Queimados na casa do Gabriel e da Laura, da Tom Gangue, que chegou a ser emocionante, o melhor dia da turnê de longe.

Show 32 - 25 de junho - Rio das Ostras/RJ
Lucro: Pouco. 200 reais.
Público: Pouquíssimo.

O show de Rio das Ostras foi legal mas deu pouca gente. O melhor da turnê não são os shows exatamente, pra nós. O melhor são as pessoas mesmo. Esse show foi bom pois encontramos os amigos da Jewish Mandiolo, que eu produzi o disco, e conhecemos o Thomaz. Eles tão com uma nova banda que chama Marianaa. Deu tanta pouca gente que o Thomaz ficou de arranjar mais 100 reais pra nós e nós deixamos pra lá porque não queríamos dar mais preju pra ele, coitado. Esperamos nos encontrar em situações melhores, amigo. :)

Show 33 - 29 de junho - Campos dos Goytacazes/RJ
Lucro: 400 reais. Cachê fechado.
Público: Uma galera boa.

Danilo, Amanda, David, Maria Clara e Bernardo arranjaram um evento dentro da Universidade em Campos que foi um sucesso absoluto. Fizemos uma palestrinha sobre a turnê pra quem estava lá antes do show da Marianaa e depois tocamos e fomos bem felizes. Os meninos pagaram um cachê fechado, foi só felicidade esse dia.

Show 34 - 30 de junho - Vila Velha/ES
Lucro: Por volta de 200 reais.
Público: Pouca gente.

Os shows 34 e 35 foram organizados pela Jujs e pelo Vitor. O primeiro show, em Vila Velha, foi no lendário espaço Prego. Não deu tanta gente mas pra gente foi uma grande emoção tocar lá. Vila Velha é o pólo cultural do punk no Brasil. O punk teve grande influência em mim, não necessariamente tal ou tal artista, mas o processo punk de produção teve muita influência em mim. Tocar em Vila Velha foi como um pagamento pessoal aos grandes inovadores do DIY que vieram antes de mim. Em segredo eu prestava uma homenagem a todos eles. Fui feliz.

Show 35 - 31 de junho - Luau Vitória
Lucro: Por volta de 400 reais.
Público: Poucas pessoas.

O Luau Vitória foi um sucesso muito pelo jeito que a Jujs e o Vitor organizaram. Num local super tranquilo e pequeno, eles tiraram o lucro da venda de cervejas pra dar pra gente. Isso foi genial e foi perfeito pra gente sair no lucro desses dois shows. Um abraço pra eles pela genialidade tão básica e ao mesmo tempo tão generosa. Logo depois pegamos estrada pra minha Valadares.

Show 36 - 1 de julho - Governador Valadares/MG
Lucro: 400 reais cravado.
Público: 40 pessoas exatamente, fora o povo que não pagou

O show em Governador Valadares foi perfeito. Num domingo, todos os amigos foram. Deu o dinheiro certinho. Nem tem muito o que falar além de agradecer ao nosso amigo Foca, ao nosso amigo Diego e ao nosso amigo Rodolfo. Graças a vocês isso aconteceu. Até minha família foi e viu um show nosso pela primeira vez. Hahaha!

Show 37 - 6 de julho - Montes Claros/MG
Lucro: Brutal.
Público: Uma galerinha.

Montes Claros foi meio que um show extra que marcamos, bem pro final da turnê. Jonathan e Nando depois do show de Valadares foram de ônibus pra BH e eu fiquei pra trás e peguei a estranha estrada de GV pra Moc. Em Moc o show foi bom demais e a grana foi muito muito boa mesmo. Principalmente porque Montes Claros é meio fora de mão pra gente. Sempre iremos voltar em Moc, da próxima vez sabemos que é melhor ir de Brasília. Um abraço pro Zelão que fez tudo isso ser possível. E um abraço pro Tim também, com o melhor hamburguer da região, e pro Pedro e pro Bruno.

Após Moc, passamos rápido em Vitória da Conquista, onde tivemos a hospedagem pela grande Uva. Uma lenda da internet. Muito obrigado Uvera. A viagem de Montes Claros pra Salvador direto seria brutal demais no meio da turnê. Então foi crucial parar no meio do caminho e comer e dormir bem.

Show 38 - 8 de julho - Salvador/BA
Lucro: 400 reais. Cachê fechado.
Público: Bem bom.

O show em Salvador foi no Dubliners Irish Pub. Teve duas ótimas bandas esse dia: MAPA e Flerte Famingo. Cairo e a NHL Produções fez um plano perfeito pra dar grana pro evento e pagar a gente pra essa turnê. A ideia é: chamar uma banda jovem e sensação pra abrir e levar gente o suficiente pra, unido ao público nosso que é pequeno pois é a primeira vez que tocamos lá, pagar todo mundo. Foi legal demais esse dia. E esse Dubliners é tipo do lado da orla e a rua lotada. Perfeito. Um abraço Cairo e NHL Produções.

**Show 39 - 9 de julho - Luau Aracaju
Lucro: Por volta de 200 reais.
Público: Bom para um luau."

Esse luau foi tranquilo, tinha uma galerinha. Organizado pelo nosso grande amigo Capitão Ahab. No entanto, inesperadamente, o obstinado deu um golpe furioso em nossas costas sobre sua perna de pau. Ele pôs o preço dos ingressos por 10 reais e não vinte. Aí foi meio que um prejuízo, mas a gente nunca tinha tocado nada em Aracaju então não sei se ia dar muito mais grana que isso também. Um salve pro obstinado Ahab!

18882068_1859634154297266_3037241732934435605_n.jpg
Foto por Tiago Baccarin

Show 40 - 14 de julho - Luau Maceió
Lucro: Por volta de 200 reais.
Público: Uma galerinha boa.

Essa nossa ida em Maceió nessa turnê foi muito divertida e muito maravilhosa. Do lado monetário no entanto, não foi das melhores. :( Ficamos na casa do Cícero nessa primeira semana e gravamos as novas baterias da Lupe no estúdio do Filipe Mariz. Foi bom demais e em breve vão sair novas coisas da Lupe por aí. Fique ligado no meu apoia.se. No dia do Luau deu uma galerinha boa até e o luau foi bem legal, mas não teve muito retorno financeiro de ingressos. O evento foi na casa dos nossos grandes amigos da Popfuzz. Graças a Deus a galera comprou muita blusa e isso foi bom demais. Maceió dessa vez foi tipo isso, a gente se divertiu demais mas não teve grande retorno financeiro por outras questões. Eu adoro Maceió e adoro as pessoas de Maceió, é tipo a cidade que eu moraria. A gente gosta tanto de Maceió que o Cícero tá morando lá agora.

Show 41 - 15 de julho - Recife/PE
Lucro: 1300 reais por aí.
Público: Uma galerinha.

Essa apresentação em Recife foi mais uma dessas que ajudou demais a gente nessa turnê. Graças à Ana Garcia tocamos no Museu do Estado do Pernambuco, tocamos numa sonorização maravilhosa pra uma galera novinha e velhinha e ganhamos uma grana bruta. Foi perfeito. Um dos shows mais tranquilos, contamos histórias e descansamos enquanto tocávamos as nossas músicas, eu e Jonathan. Foi muito bom mesmo. Um agradecimento muito muito especial à Ana e ao Benke. Eles ajudaram e me ajudam muito nessa vida. Nunca me esquecerei de todas essas coisas.

Show 42 - 21 de julho - João Pessoa/PB
Lucro: Por volta de 200 reais.
Público: Uma galera boa.

Tirando o show de Salvador e Recife, a gente tava vendo que os eventos do nordeste se bobear não iam dar tanta grana. Mesmo apesar das melhores organizações e das melhores pessoas organizando os eventos. Acontece que em muitos lugares a gente tinha de pagar o som e a casa também. Foi assim em João Pessoa. Então resta essa lição pros próximos eventos no nordeste, tentar arranjar lugares que sejam mais barato e que dê pra tirar mais grana. No entanto, visto que João Pessoa nunca foi uma das cidades mais fortes pra gente, desda Lupe de Lupe, então esse evento foi um sucesso absoluto. Organizado pela galera da Fiasco Records, o evento foi num lugar legal demais e deu uma galera boa. O nosso show foi incrível, o chão tremeu e tudo mais, a galera tava muito feliz com o show, foi muito legal mesmo. Então é aquela coisa, esquece da grana por um momento que você curte demais o que tá rolando. O dinheiro vai vir, um show paga o outro e por assim vai, o mais importante é você rodar com a sua música, conhecer as pessoas e os lugares e criar laços e amizades em tudo quanto é lugar. Dessa vez foi com a galera da Fiasco, que não conhecíamos direito e ficamos felizes de virar amigos. Um abraço especial pro Gabriel e pro Vitor.

Show 43 - 22 de julho - Campina Grande/PB
Lucro: Por volta de 200 reais.
Público: Uma galerinha boa.

O show em Campina Grande foi organizado pelo nosso novo amigo Luiz Alves. O evento foi bem legal, no esquema do pague o quanto quiser. O único ruim do esquema da grana foi que tivemos de dividir com uma outra banda, de Brasília, que também tava em turnê e passaram por lá no mesmo dia. Então, nem tínhamos muito o que fazer, a gente tem de dividir porque se bobear os caras tavam apertados de grana, se estivéssemos melhor eu até deixaria a grana toda pra eles, pra falar a verdade. No entanto, o nordeste se mostrou mais apertado com a crise do que a gente esperava. Graças a deus um ou outro evento foi um sucesso absoluto e conseguiu segurar a gente bem. O nordeste é a melhor região do país. Mesmo sendo uma das mais atingidas pela crise, eles ainda deram um jeito de fazer esses eventos pra gente e isso é bonito demais. Ir pra lá é sempre emocionante. Um abraço especial pra Hannah Carvalho.

Show 44 - 23 de julho - Natal/RN
Lucro: 200 reais.
Público: Poucas pessoas.

Natal é muito azar. Eu amo a cidade, mas a gente sempre dá azar com público lá. Não sei o que é, se a gente realmente tem pouco público lá ou se as pessoas não ficam sabendo ou se simplesmente não querem ir. E num domingo a situação é pior. A gente deu tanto azar que até as pessoas mais queridas de Natal, quem sempre arranja um lugar pra gente dormir, Shilton e Mari estavam viajando no dia também. Vendo por esse lado, o evento podia dar menos gente do que deu, então saímos no lucro de certa forma. Pra mim foi um dos melhores shows da turnê, só que pra pouquíssimas pessoas, então é meio triste, sim. Mas é rotina e é trabalho, vida que segue. Pelo menos vimos uma evolução bruta dos meninos da Talude lá com o show novo deles. De lá já saímos direto pra Fortaleza.

Show 45 - 28 de julho - Fortaleza/CE
Lucro: Muito muito muito bom.
Público: Lotado.

Fortaleza foi perfeição, tanto de público, quanto de organização, quanto de grana. Organizado pela Nanda Loureiro e Banana Records o evento foi maravilhoso. Tivemos uns problemas técnicos pra arranjar o som, mas quando tudo estava resolvido foi bom demais. O lugar era no centrão de Fortaleza e realmente foi perfeito. Foi tão bom que teve gente que caiu de cara na minha bateria na subida de Eu Já Venci. A galera tava muito empolgada e a gente tocou bem demais, foi um dos melhores. E deu muita grana, então Fortaleza continua sendo um porto seguro pra todos nós, graças à Nanda e à Banana Records, muito obrigado mesmo galera. Um abraço também pro Marcelo Diniz, da nossa Geração Perdida que tá morando agora lá em Fortaleza e foi nesse show com nóis e me abrigou vários dias junto com minha namorada e uns amigos de BH.

Show 46 - 29 de julho - Juazeiro do Norte/CE
Lucro: 400 reais fechado.
Público: Uma galera boa.

Não esperávamos nada do show de Juazeiro do Norte, muito menos das pessoas, muito menos que teríamos fãs lá. Acontece que o Luiz Prado, conhecido de muitos anos, conseguiu virar um evento brutal lá pra gente. Numa casa incrível e com uma galera desconhecida e ao mesmo tempo alguns fãs ainda compareceram. Em Juazeiro do Norte tiramos um cachê fechado maravilhoso. Isso mostra como que muito tem a ver com sorte, muito tem a ver com público, e muito tem a ver com a força de vontade de um produtor. Muito obrigado Luiz, por mostrar que dá pra fazer em qualquer lugar mesmo e que dá pra fazer bem e que dá pra fazer um show bom demais pra vocês mesmo na correria que foi chegar e partir. Muito obrigado mesmo. Ouçam as bandas Algarobas e Vertigem da área de lá que fizeram dois shows fodas.

Show 47 - 30 de julho - Teresina/PI
Lucro: Menos que 200 reais eu acho.
Público: Pouquíssima gente.

Não esperávamos nada de Teresina, mas com o lucro de Fortaleza e Juazeiro a gente já tava super de boa com o final de semana. Num domingo, em uma cidade que nunca fomos, é lógico que ia dar pouca gente. No entanto, foi um dia bem legal e os poucos fãs que compareceram deixaram a gente muito feliz. Muito obrigado ao Diego Hominis Canidae que organizou tudo por lá, ao Fernando e à galera do Tomato. Valeu gente.

Show 48 - 3 de agosto - Luau Fortaleza
Lucro: Por volta de 400 reais.
Público: Uma galerinha boa.

No top dos luau tá lá Fortaleza lá em cima. Tocamos na Boldo a casa do nosso amigo Júlio. Com ajuda do Júlio, da Nanda e da Bia, o dia foi maravilhoso. Era a despedida dessa cidade incrível. Deu até grana pro Nando esse dia, foi especial mesmo. Muito obrigado Fortaleza, muito obrigado todo mundo que foi nesses eventos. Nós amamos vocês muito.

Show 49 - 4 de agosto - Luau Natal
Lucro: 100 reais.
Público: Quase ninguém.

Azar em Natal novamente. Não tem nem muito o que dizer. Nem os amigos, nem os fãs que foram no outro dia, foram nesse dia. Como já tava na reta final da turnê e dessa vez estávamos com Shilton nosso grande amigo e gente já tava com um lucro bom, nós nem nos preocupamos muito nem ficamos tristes. Mas é uma coisa a se pensar os dois prejuízos que tivemos em Natal. É triste mas dá pra dar a volta por cima nos próximos eventos em Natal, se eles acontecerem. Apesar de tudo foi uma estadia muito feliz com Shilton, Mari e Jáder, gostamos deles demais e voltaremos em Natal principalmente por causa deles.

Show 50 - 5 de agosto - Luau João Pessoa
Lucro: Por volta de 200 reais.
Público: Algumas pessoas.

O luau foi na casa do nosso amigo Gabriel, e, visto que João Pessoa não é uma das cidades que a gente tem mais fãs, deu pouca gente. Mas deu mais que Natal então já ficamos bem, no outro dia em Recife já daria uma grana boa que a gente tinha certeza.

Show 51 - 6 de agosto - Recife/PE
Lucro: 400 reais cravado.
Público: Uma galera legal.

Domingão. Recife. Chovendo e parando. Num lugar aberto. Tinha tudo pra dar errado mas foi um dos shows mais legais da turnê inteira. Tudo graças à organização dos nossos amigos da Amandinho, da Life's Too Short, da Transtorninho Records e da Nascedouro. Não tem muito o que falar a não ser agradecer à todos os envolvidos e à deus e ler esse texto que a Maria Júlia Moreira escreveu sobre esse dia. Um abraço especial pro Capitão Ahab que estava novamente com a gente e pra Camila nossa best.

Show 52 - 11 de agosto - Maceió/AL
Lucro: 100 reais.
Público: Uma galera legal, o que é meio loucura.

Era o último final de semana da turnê e nós já tínhamos tacado o foda-se. Não távamos mais ligando pra grana mais, só queríamos tocar pros nossos amigos e fãs das cidades. Maceió sempre foi um carro chefe pra gente, o Sal Grosso foi lançado pela Popfuzz Records de Maceió e o Cícero mora em Maceió hoje em dia, como eu já disse, então esperávamos um lucro bruto do dia. Tomamos um prejuízo forte. Rolou uns problemas com o lugar e com a logística dos shows. Problemas que explico aqui mais ou menos. 1 - Colocaram a gente pra tocar tarde demais e eu vi galera que ia ver o show nem entrando no lugar. 2 - Parece que uma galera entrou sem pagar. 3 - Colocaram uma banda nada a ver pra tocar antes da gente, os cara tocavam covers de Beatles uns trein nada a ver, e os cara foram meio escrotões e parece que rolou uma bad lá. Apesar de tudo, essa semana em Maceió foi boa demais pra gente. Enquanto os meninos descansavam na casa do Cícero, eu fui pra casa da família do Felipe Soares, da Amandinho, em Maceió, e nós, junto do Rodolfo Lima, da Ximbra e da Baztian, fizemos uma nova banda e gravamos o novo disco já. Curtam lá a Desgraça que já já sai o disco novo. Além disso tudo, conseguimos pegar dois shows do Jorg, que é o Caíque com o Smhir Garcia no baixo, e eu vou contar procês que o disco dele vai ser um dos melhores do ano quando sair viu. Procurem saber! Um agradecimento especial a todo mundo do Coletivo Popfuzz que fizeram o possível pra esses dias em Maceió serem melhores.

Show 53 - 12 de agosto - Aracaju/SE
Lucro: 300 reais.
Público: Uma galera boa.

O obstinado Ahab pôs a gente pra tocar no Capitão Cook junto com a banda Cidade Dormitório. Foi bom demais esse dia. Infelizmente já estávamos na correria de ir embora pra casa. Nem curtimos nada e só deu pra tocar umas ideia com a galera lá e só. Um abraço pro nosso amigo Iago, que compareceu não só no luau mas nesse também. Um abraço mano!

Show 54 - 13 de agosto - Salvador/BA
Lucro: 100 reais.
Público: Pouca gente.

Infelizmente um dos lugares mais legais que tocamos foi o último e nós já estávamos mortos de cansado e nem curtimos nada. Esperamos voltar em Salvador e aproveitar mais. Nem vimos os outros shows, tocamos e saímos vazando pra pegar 15 horas de estrada pra Valadares. Um abraço novamente pro Cairo e pra NHL Produções e pro Bukowski Porão Bar. Esperamos voltar em Salvador.

Depois disso eu solei 15 horas de estrada até Governador valadares, onde dormimos, comemos um X-Gari e depois partimos pra BH pra ficalmente descansar de vez.

IMG_0650.JPG
Foto por Tiago Baccarin

Aqui deixo um pensamento final sobre essa turnê toda.

Muito obrigado à todos e todas que foram nos shows, que ajudaram a organizar, que nos abrigaram, que tocaram e que participaram de alguma forma dessa nossa turnê. Eu queria realmente por em palavras o quanto nós amamos todos vocês, mas é impossível, e olha que eu sou bom com palavras. Dito isto, perdão por qualquer coisa e principalmente por todos os erros de português desse texto, perdão também se esqueci de algum nome ou de alguém ou se não agradeci alguém. A vida musical é grandiosa e especial, tenho certeza que vamos nos encontrar de novo por aí. Muito obrigado.

Uma das principais coisas que ajudaram nessa turnê demais foi a venda de blusas. Então um agradecimento especialíssimo ao Pepo, que fez a arte, e a Gabee que fez as blusas pra gente.

QUE VENHA A PRÓXIMA TURNÊ.

Teremos uma despedida da turnêzinha de despedida com eu, Fabin e Paola tocando em BH, SP, RIO e São Carlos, pra despedir das estradas.

Aqui estão os eventos:

Belo Horizonte - Dia 14 de Setembro
São Carlos - Dia 15 de Setembro
São Paulo - Dia 16 de Setembro
Rio de Janeiro - Dia 17 de Setembro

Sort:  

Massa @vitorbrauer! Muito bom esse teu diário de turnê! É uma pena que não passou em São Mateus do Sul - PR!!! Teria 3 fãs garantidos aqui e mais uma galera disposta a pirar! hahah. Obrigado por compartilhar tão detalhadamente esse material do backstage! E fico feliz de te ver aqui no Steemit! O esquema aqui é um caminho muito interessante para o Brasil virtual, temos que abrir o carreiro no facão e no machado, mas vale a pena!
Se liga no projeto: Dicionário da música brasileira:
https://steemit.com/dicionariodamusicabrasil/@thomashblum/dicionario-da-musica-brasileira-carne-doce

A ideia é ser um tag aberto para qualquer um postar algum grupo que valha a pena ser ouvido! Fique a vontade se quiser escrever sobre algum!
Grande abraço e sucesso meu brother...

Bem-vindo, @vitorbrauer! Comunidade brasileira crescendo por aqui, vamos nessa ;)

Congratulations @vitorbrauer! You received a personal award!

Happy Birthday! - You are on the Steem blockchain for 2 years!

You can view your badges on your Steem Board and compare to others on the Steem Ranking

Vote for @Steemitboard as a witness to get one more award and increased upvotes!